terça-feira, 7 de junho de 2016

Artistas criam objetos incríveis com reciclagem de lixo



O Museu da Imagem de Breda, na Holanda, fica em um prédio com mais de oitos séculos de idade que recebeu na década de 1990 anexos sofisticados com arquitetura industrial e grandes cortinas de vidro. Mas, até setembro, um dos principais temas debatidos entre as suas paredes será o lixo. É que o edifício recebe a exposição My Waste is your Waste (Meus restos são seus restos) com objetos úteis e obras de arte criadas por brasileiros e holandeses com base em embalagens, móveis quebrados, eletrodomésticos antigos e até pedaços de carros.
As peças incríveis ajudam a refletir sobre o valor do lixo. “Todos nós produzimos resíduos, independentemente de onde estivermos no planeta”, disseram as curadoras Joanna van der Zanden, da Holanda, e Mara Gama, do Brasil, em comunicado à imprensa. “Restos de embalagens, tecidos, lixo eletrônico, objetos quebrados, sucatas de veículos e entulho da construção são as sobras da nossa riqueza, consideradas inúteis e jogadas fora ou deixadas para trás. Mas os resíduos podem também ser relevantes e usados para criar novos produtos”, explicam.
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Participam da exposição os brasileiros Thiago Bender e Rodrigo Bueno, artistas, e Christian Ullmann, designer; e os holandeses Klaas Kuiken, designer, Jan Eric Visser, artista visual, além do coletivo de arquitetos e designers Refunc. A primeira parte da exposição aconteceu em novembro de 2012, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Nos dois países, os artistas trabalharam juntos em um ateliê aberto ao público.
Conheça na galeria abaixo 16 coisas incríveis que os artistas e designers da exposição My waste is your waste obtiveram com reciclagem do lixo.













Revista Exame 2013

domingo, 5 de junho de 2016

Gosto se discute?

Gosto se discute?


Segundo Immanuel Kant, a questão do gosto é uma discussão, um processo de "lapidação das opiniões", de modo que é possível discutir o que é belo e bom. Mas para fazer esse debate é necessário verificar se estamos utilizando as categorias corretas


por Matheus Arcaro*

 

 

Para Immanuel Kant, sim. Tanto é que ele dedicou uma obra inteira para as questões do gosto, a Crítica da Faculdade de Julgar, publicada em 1790. Para o filósofo supracitado é possível discutir o gosto, porque uma discussão é diferente de uma disputa. Filosoficamente, uma disputa é uma batalha de argumentos que exigem demonstrações, a fim de que uma ideia prevaleça. Uma discussão é um processo de lapidação das opiniões, cuja finalidade é chegar a um acordo entre as partes. Assim, não se disputa sobre o belo, porém pode-se discuti-lo. Kant ainda afirma que a experiência estética é compartilhável e que a beleza é uma ideia universal da razão. Seu conteúdo e sua forma podem variar segundo circunstâncias históricas e segundo a subjetividade dos artistas, mas o sentimento de belo, fundamento do juízo de gosto, é universal.
Partindo das proposições kantianas, ou seja, se o sentimento de beleza é universal e passível de partilha, por que, atualmente, vivemos uma carência de esteticidade? Hoje em dia, conforme ilustra Marilena Chauí, se perguntássemos a uma pessoa comum o que é um artista, provavelmente ela elencaria nomes de atores de televisão ou cantores populares. Escritores, pintores e escultores com quase toda certeza não seriam citados. Para este indivíduo, diferentemente da concepção romântica, o artista não é o gênio criador, inspirado divinamente; é alguém que realiza performances. Por que esta percepção?
Na contemporaneidade, a sociedade do espetáculo está intrinsecamente ligada à Indústria Cultural. Com a necessidade de fazer girar o capital, a indústria da cultura, de maneiras diversas, distorce o conceito de beleza porque sua finalidade é atingir um número grande de pessoas. “Onde as massas têm o poder de decidir, a autenticidade se torna supérflua, nociva e prejudicial”, sentenciou Nietzsche. Sobre este ponto, a literatura é ilustrativa: por que livros, digamos, “palatáveis” (autoajuda, por exemplo) vendem muito mais do que livros complexos e bem escritos? Uma das respostas possíveis: a literatura genuína faz o leitor tropeçar. E não é todo mundo que está preparado para cair. Os “best sellers” são “best sellers” porque dizem o que o leitor espera. O menos preparado chama isso de “identificação” com a obra. “Puxa vida, este autor diz exatamente o que eu penso”. Não consegue perceber que o prazer da leitura está justamente em “fechar o círculo”. Este tipo de leitor jamais compreenderia Jean Paul Sartre, quando este afirmou que escrever é distanciar-se da linguagem instrumento e entrar na atitude poética, tratando as palavras como entes reais e não como símbolos estabelecidos. Seguindo o raciocínio sartriano, é lícito distinguir a linguagem: a cotidiana como “instituída” e a do escritor como “instituinte” (criadora, inventora de significações).

 fonte: http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/38/artigo273804-1.asp

sexta-feira, 29 de abril de 2016

A origem do Universo

Trabalho desenvolvido pelos alunos do 1º ano do  Ensino Médio do Colégio Olgarina na cidade de Conceição do Coité Bahia, tema proposto para elaboração das charges a Origem do Universo.

Proposta do trabalho.
http://filosofandoolga.blogspot.com.br/p/1-ano_5.html









quinta-feira, 17 de março de 2016

A culpa é das estrelas e o pensamento de Schopenhauer e Nietzsche.




Adaptando o livro homônimo de John Green, “A culpa é das estrelas” se revela o filme mais emocionante dos últimos tempos. De uma produção de Temple Hill e outros, a película mostra uma moça, Hazel, com câncer terminal no pulmão, de modo que ela anda com oxigênio junto a ela. Não sem perder o charme. Ademais, ela conhece Gus, que sofreu uma afecção de modo que perdeu parte de uma perna, e depois sofreria de demais doenças fatais, que também demonstra grande compreensão existencial, apesar de ambos adolescentes. Um filme para chorar, e mais, um filme para diminuir os próprios e míseros sofrimentos, incomparáveis aos personagens que rondam essa produção. Como teria dito Nietzsche, um famoso filósofo sofredor, em uma carta a sua irmã: “Para que uma ética seja ao menos possível, deve-se saber qual sentido cada época confere ao sofrimento”1.

 

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Em A culpa é das estrelas se vê uma crítica ao compadecimento das pessoas do ponto de vista crítico de quem sofre com a doença. O câncer é assim colocado como uma condição humana e existencial, e as pessoas desejam viver. Viver cada dia como se fosse o último e especial. Seja para deixar o nome a posteridade, como pretendia Gus, seja para amar e conhecer seu escritor favorito, como queria Hazel. A fita começa com uma sinopse e deixa quem assiste o filme situado, mesmo que não tenha lido o livro antes, o que foi meus caso. Os personagens são engraçados, como o pouco talento de Gus no volante, ou mesmo o seu amigo que depois fica cego, o mais adolescente de todos. Já Hazel pensa que sempre seu amigo será um amigo. Com o tempo vem a declaração dele de estar apaixonado, e assim ela liberta seus sentimentos antes aprisionados na doença, limitados pela ideia de ser uma granada.

 

 

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O sonho de Hazel é uma viagem a fim de conhecer seu escritor favorito, para assim saber do final da história que tanto a perturba. Fora a crise que sofre e o cancelamento da viagem, que depois é remarcada, ela tem essa perturbação. E o escritor é mais morto que ela, um “bêbado fracassado”, nas palavras dela. Mas me lembra Schopenhauer, pois há um pessimismo no discurso dos personagens, um direito a esse pessimismo. Apesar de o amor conseguir chegar em uma relativa metafísica, apesar de haver uma densidade muito grande nesses dois jovens que se amam. Parece que os personagens sabem demais, são muito letrados, muito culturais. O amigo de Gus que fica depois cego, é o mais normal da turma. Ele nota os seios das moças e joga videogame. Já o casal que se ama, a princípio como amigos, tem o lado bom de superar a doença, mas por outro lado já envelheceram. Há um aspecto saturnino e melancólico no filme e no livro, uma fatalidade de predestinação. A predestinação da ciência, não da existência ou do ser. Predestinação para a morte. 


 

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O filme de início me lembrou outras duas obras do cinema que tem enredo parecido: “Uma prova de amor”, onde uma adolescente com câncer sofre seus impasses existenciais e também conhece um amor, e “Love History”, onde o amor surge entre pessoas diferentes, restando a morte da amada no final. Esses filmes completam o A culpa é das estrelas, e ainda existem e existirão outros. De positivo é se ver que quem sofre com a doença não é a doença, e que tem o direito de curtir, viver, zoar e fazer o que quiser. Apenas ficou um pouco estranha a forma que se trata a espiritualidade e religião na obra, o que poderia ser mais trabalhado. Gus declara acreditar em algo além, mas Hazel parece ser ateia. Quando ela fala nos números infinitos entre 0 e 1, talvez nesse ponto possa haver algo místico em seu ser, superando a morte que a ronda. Mas isso me fez antes pensar na hipótese de Rhiemann, e no significado do universo. Universo que ganha com o amor, que ressignifica todas as coisas, que faz a alquimia capaz de imortalizar e curar todos os males. O filme merece homenagem pois adapta bem o livro, e revela a melhor produção dos últimos tempos, como uma forma inteligente e sensível de drama. Uma experiência de Pavlov para testar as glândulas lacrimais, uma obra de arte que traz a aura do cinema, quando já não parecia ter mais aura. Por isso a plateia de uma sala levantou e bateu palmas. Sem propaganda e sem política, a plateia bateu palmas para um filme que nem conhecia, para um filme que emocionou, que mostrou o poder transcendente da arte. “A culpa é das estrelas” merece essa palmas verdadeiras, merece ser vista e para que o sofrimento seja transformador, assim como Nietzsche desejava aos amigos. E assim um amor fati, um amor ao destino, e amar nesse destino. Hazel cumpriu seu amor fati.  
Fonte: http://filmesefilosofia.blogspot.com.br/

terça-feira, 8 de março de 2016

CIÊNCIA E FILOSOFIA



A sociedade vivência hoje, um período onde o pensamento é voltado para a técnica, para as ciências exatas. Isto se deve ao fato de este tipo de conhecimento ser capaz de oferecer respostas aparentemente incontestáveis, possibilitando assim, certa certeza sobre a verdade do conhecimento e conseqüentemente uma aparente resolução do problema.
Ocorre que, a filosofia não traz essa certeza sobre a verdade, não possui essa o caráter de solucionar um problema de forma a torná-lo incontestável. Na realidade a filosofia traz questionamentos e impulsiona o filosofo a buscar a verdade, sendo que essa verdade esta sempre em progresso, ou seja, esta sempre evoluindo e despertando o filosofo a conceitos e características que antes não havia percebido.
Devido a este caráter de mutabilidade das respostas que a filosofia traz para aquele que a estuda, acaba-se por acreditar que o pensamento filosófico possui menor importância que o técnico-científico.
A filosofia surgiu a partir do momento em que o homem passou a pensar e buscar as respostas para suas indagações a partir de um pensamento racional, não aceitando explicações meramente religiosas ou baseando-se numa natureza mitológica. Nota-se que o filósofo é aquele que surgiu com o intuito de questionar pois só a partir do questionamento se pode alcançar a verdade.
Para se chegar ao conceito de o que seria a Filosofia, é necessário observar que a resposta para essa questão não é encontrada apenas nos conceitos antigos e pré-estabelecidos do que seria a filosofia, mas sim na atitude de filosofar sobre a filosofia, ou seja questionar o que é filosofia, debater seu significado e buscar suas conclusões, que serão assim o seu conceito sobre o que a filosofia é.
A filosofia possui atributos que permitem que esta seja claramente diferenciada da ciência.
O primeiro atributo é a reflexividade, que é a característica da filosofia ser também objeto dela mesma, pois ao mesmo tempo em que esta é técnica, ela é o objeto de estudo.
O segundo atributo é a circularidade, este decorre um pouco da reflexividade, pois a filosofia não possui um progresso retilíneo, muito pelo contrário o progresso é circular, pois os questionamentos que foram debatidos no passado podem ser debatidos novamente na busca de uma verdade mais completa. Exatamente devido a isto que a filosofia antiga não é completamente descartada, pois sempre pode-se chegar a novas conclusões e conhecimentos a partir de indagações filosofadas no passado.
 A filosofia possui caráter aporético, pois tem a presença dela mesma como objeto de suas questões, o que conseqüentemente faz com que a mesma não seja possivelmente solucionada.
Devido a essa característica da filosofia ser circular na sua forma de pensar, que esta foi parcialmente abandonada pela sociedade moderna, pois para muitos não há um ponto de chegada alcançável através da filosofia, desta forma, a produção filosófica na atualidade é bastante escassa o que é um imenso erro. Pois até mesmo a filosofia ruim é um progresso, pois contestando a má filosofia se realizará outra filosofia que pode ser melhor, ou ao menos trará algo novo.
            É certo que, filosofar é exatamente isso, questionar, porem se não há mais produção filosófica, não há mais questionamentos, conseqüentemente não se debate mais os assuntos o que provoca um esquecimento da filosofia.
            O abandono da filosofia é um perigo já que não se buscará mais a formulação de respostas a partir de posicionamentos e idéias diferentes, levando a sociedade a responder seus questionamentos sempre da mesma forma, a partir de respostas já estabelecidas.
             A filosofia possui sua importância baseada exatamente na busca por novas respostas e em um novo modo de pensar a realidade do mundo em que vivemos.

segunda-feira, 7 de março de 2016

O que é ser feliz segundo os grandes filósofos do passado e do presente




Bom demônio
Em grego, felicidade se diz “eudaimonia”, palavra que é composta do prefixo “eu”, que significa “bom”, e de “daimon”, “demônio”, que, para os gregos, é uma espécie de semi-deus ou de gênio, que acompanhava os seres humanos. Ser feliz era dispor de um “bom demônio”, o que estava relacionado à sorte de cada um. Quem tivesse um “mau demônio” era fatalmente infeliz.
Não há dúvida de que, entre os séculos 10 a.C. e 5. a.C, o pensamento grego tende a considerar os maus demônios mais frequentes do que os bons e apresentar uma visão pessimista da existência humana. Não é por acaso que os gregos inventaram a tragédia. Uma expressão radical desse pessimismo nos é fornecido por um velho provérbio grego, segundo o qual “a melhor de todas as coisas é não nascer”.
Foi a filosofia que rompeu com essa visão pessimista e procurou estabelecer orientações para que o homem procurasse a felicidade. Demócrito de Abdera(aprox. 460 a.C./370 a.C.) julgava que a felicidade era “a medida do prazer e a proporção da vida”. Para atingi-la, o homem precisava deixar de lado as ilusões e os desejos e alcançar a serenidade. A filosofia era o instrumento que possibilitava esse processo.
Virtude e justiça
Sócrates (469 a.C./399 a.C.) deu novo rumo à compreensão da ideia de felicidade, postulando que ela não se relacionava apenas à satisfação dos desejos e necessidades do corpo, pois, para ele, o homem não era só o corpo, mas, principalmente, a alma. Assim, a felicidade era o bem da alma que só podia ser atingido por meio de uma conduta virtuosa e justa.
Para Sócrates, sofrer uma injustiça era melhor do que praticá-la e, por isso, certo de estar sendo justo, não se intimidou nem diante da condenação à morte por um tribunal ateniense. Cercado pelos discípulos, bebeu a taça de veneno que lhe foi imposta e parecia feliz a todos os que o assistiram em seus últimos momentos.
Entre os discípulos de Sócrates, Antístenes (445 a.C./365 a.C.) acrescentou um toque pessoal à ideia de felicidade de seu mestre, considerando que o homem feliz é o homem autossuficiente. A ideia de autossuficiência (que, em grego, se diz “autarquia”,) continuará diretamente vinculada à de felicidade nos setecentos anos seguinte.

Uma função da alma
Mas o maior discípulo de Sócrates, que efetivamente levou a especulação filosófica adiante de onde a deixara seu mestre, foi Platão (427 a.C./347 a.C.), o qual considerava que todas as coisas têm sua função. Assim, como a função do olho é ver e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo a virtude e a justiça, ela obtem a felicidade.
É importante deixar claro que noções como virtude e justiça integram uma vertente do pensamento filosófico chamada Ética, que se dedica à investigação dos costumes, visando a identificar os bons e os maus. Para Platão, a ética não estava limitada aos negócios privados, devendo ser posta em prática também nos negócios públicos. Desse modo, o filósofo entendia que a função do Estado era tornar os homens bons e felizes.
A ligação entre ética e política estará ainda mais definida na obra do mais importante discípulo de Platão, Aristóteles (384 a.C./322 a.C.), o qual dedicou todo um livro à questão da felicidade: a “Ética a Nicômaco” (que é o nome de seu filho, para quem o livro foi escrito). Amigo de Platão, mas, em suas próprias palavras, “mais amigo da verdade”, Aristóteles criticou o idealismo do mestre, reconhecendo a necessidade de elementos básicos, como a boa saúde, a liberdade (em vez da escravidão) e uma boa situação socioeconômica para alguém ser feliz.

Felicidade intelectual
Por outro lado, a partir de uma série de raciocínios que têm como base o fato de o homem ser um animal racional, Aristóteles conclui que a maior virtude de nossa “alma racional” é o exercício do pensamento, pelo quê, segundo ele, a felicidade chega a se identificar com a atividade pensante do filósofo, a qual, inclusive, aproxima o ser humano da divindade.
Sem perder de vista a aplicação prática de suas ideias, Aristóteles considera a política como uma extensão da ética e, nesse sentido, para ele também é uma função do Estado criar condições para o cidadão ser feliz. O Estado que o filósofo tinha em mente, porém, era a “polis” grega, que, naquele momento, estava deixando de existir, com o surgimento do império de Alexandre o Grande.
Depois de Alexandre, no mundo grego ou helênico, desenvolveram-se três escolas filosóficas que vão se estender até o fim do Império romano, as chamadas filosofias helenísticas. Todas elas, por caminhos diferentes, chegam a conclusão de que, para ser feliz, o homem deve ser não só autossuficiente, mas desenvolver uma atitude de indiferença, de impassibilidade, em relação a tudo ao seu redor. A felicidade, para eles, era a “apatia”, palavra que, naquela época, não tinha o sentido patológico que tem hoje.




Prazer e salvação da alma
Entre os filósofos do mundo helênico, pode-se citar Epicuro (341 a.C./271 a.C.), para deixar claro que essa ideia de “apatia” não significa abdicar ao prazer. O prazer era essencial à felicidade para Epicuro, cuja filosofia também é conhecida pelo nome de hedonismo (em grego “hedone” quer dizer “prazer”). Mas ele deixa claro, numa carta a um discípulo, que não se refere ao prazer “dos dissolutos e dos crápulas” e sim ao da impassibilidade que liberta de desejos e necessidades.
Com o fim do mundo helênico e o advento da Idade Média, a felicidade desapareceu do horizonte da filosofia. Estando relacionada à vida do homem neste mundo, ela não interessou aos filósofos cristãos como Agostinho de Hipona (354 d.C./430 d.C.), Anselmo de Canterbury (1033/1109) ou Tomás de Aquino(1225/1274), todos santos da Igreja católica. Para a filosofia cristã, mais do que a felicidade, o que conta é a salvação da alma.
Os filósofos voltaram a se debruçar sobre o tema na Idade Moderna. John Locke(1632/1704) e Leibniz (1646/1716), na virada dos séculos 17 e 18, identificaram a felicidade com o prazer, um “prazer duradouro”. Alguns décadas depois, o filósofo iluminista Immanuel Kant (1724/1804), na obra “Crítica da razão prática” definiu a felicidade como “a condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida, tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”.
Direito do homem
No entanto, para Kant, como a felicidade se coloca no âmbito do prazer e do desejo, ela nada tem a ver com a Ética e, portanto, não é um tema que interesse à investigação filosófica. Sua argumentação foi tão convincente que, a partir dele, a felicidade desapareceu da obra das escolas filosóficas que o sucederam.
Mesmo assim, não se pode deixar de mencionar que, no mundo de língua inglesa, na mesma época de Kant, a ideia de felicidade ganhou lugar de destaque no pensamento político e buscá-la passou a ser considerada um “direito do homem”, como está consignado na Constituição dos Estados Unidos da América, que data de 1787 e foi redigida sob a influência do Iluminismo.
Egocentrismo e infelicidade
É também no âmbito da filosofia anglo-saxônica, no século 20, que se encontra uma nova reflexão sobre nosso assunto. O inglês Bertrand Russell (1872/1970) dedicou a ele a obra “A conquista da felicidade”, usando o método da investigação lógica para concluir que é necessário alimentar uma multiplicidade de interesses e de relações com as coisas e com os outros homens para ser feliz. Para ele, em síntese, a felicidade é a eliminação do egocentrismo.
Mais recentemente, em 1989, o filósofo espanhol Julián Marías também dedicou ao tema um livro notável, “A felicidade humana”, em que estuda a história dessa ideia, da Antiguidade aos nossos dias, ressaltando que a ausência da reflexão filosófica sobre a felicidade no mundo contemporâneo talvez seja um sintoma de como esse mesmo mundo anda muito infeliz.

Revisitando os contos de fadas


Será que as princesas realmente viveram felizes para sempre? A artista canadense Dina Goldstein imagina princesas clássicas no mundo real - e com problemas reais. Na série de fotos 'Fallen Princesses', ela retrata os contos infantis de forma irônica.











sábado, 5 de março de 2016

Para que Serve a Filosofia?



A filosofia ajuda-nos a perceber o porquê das coisas se alterarem. Não basta ter um conhecimento técnico e especializado, pois é necessário ter um conhecimento global, para conhecermos melhor o mundo que nos rodeia.
A filosofia é uma forma de educação que ultrapassa os conhecimentos adquiridos (saber transmitido pelos pais e pela sociedade), tendo como objectivo a educação do pensar que nos leva a reflectir e a problematizar assuntos do nosso dia-a-dia. Isto leva-nos a perceber melhor o quotidiano e a adquirir-mos o nosso próprio conhecimento.
Os sistemas educativos dos diferentes países revelaram esta preocupação, assim a filosofia foi integrada como uma disciplina obrigatória na Espanha, na França, os alunos têm acesso a aulas de projecto artísticos e culturais. Bem como no Japão. Todas estas reformas implantadas na educação vêm reforçar a ideia de que hoje em dia é cada vez mais importante formar indivíduos cultos e criativos. A filosofia vai além da memorização de grandes textos; é necessário aprender a reflectir por si próprio.
A filosofia serve para sair da escuridão e ir ao encontro da sabedoria e procurar soluções.
A filosofia defende que devemos interessar-nos pelo inútil, para perceber melhor o útil.
A filosofia pode e deve ser avaliada segundo o critério da utilidade. A utilidade significa a qualidade do que é útil, enquanto que o valor é a importância que se atribui a um objecto ou a alguém. Existem coisas inúteis, que têm um grande valor.

terça-feira, 1 de março de 2016

O que é filosofia


Filosofia é uma palavra grega que significa "amor à sabedoria" e consiste no estudo de problemas fundamentaisrelacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.

Filosofo é o individuo que busca o conhecimento de si mesmo, sem uma visão pragmática, movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade.
Além do desenvolvimento da filosofia como uma disciplina, a filosofia é intrínseca à condição humana, não é um conhecimento, mas uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser.
A filosofia foca questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé, e sim na razão.
Desta forma, a filosofia pode ser definida como a análise racional do significado da existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão do ser.
Apesar de ter algumas semelhanças com a ciência, muitas das perguntas da filosofia não podem ser respondidas pelo empirismo experimental.
Saiba mais sobre conhecimento empírico.
A filosofia pode ser dividida em vários ramos. A “filosofia do ser”, por exemplo, inclui a metafísica, ontologia e cosmologia, entre outras disciplinas.
A filosofia do conhecimento inclui a lógica e a epistemologia, enquanto filosofia do trabalho está relacionada a questões da ética.
Diversos filósofos deixaram seu nome gravado na história mundial, com suas teorias que são debatidas, aceitas e condenadas até os dias de hoje.
Alguns desses filósofos são Aristóteles, Pitágoras, Platão, Sócrates, Descartes, Locke, Kant, Freud, Habermas e muitos outros.
Cada um desses filósofos fez suas teorias baseadas nas diversas disciplinas da filosofia, lógica, metafísica, ética, filosofia política, estética e outras.
De acordo com Platão, um filósofo tenta chegar ao conhecimento das Ideias, do verdadeiro conhecimento caracterizado como episteme, que se opõe à doxa, que é baseado somente na aparência.
Segundo Aristóteles, o conhecimento pode ser divido em três categorias, de acordo com a conduta do ser humano: conhecimento teórico (matemática, metafísica, psicologia), conhecimento prático (política e ética) e conhecimento poético (poética e economia).
Nos dias de hoje a palavra "filosofia" é muitas vezes usada para descrever um conjunto de ideias ou atitudes, como por exemplo: "filosofia de vida", "filosofia política", "filosofia da educação", "filosofia do reggae" e etc.

 
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